quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A três


Eu, você, nós, sozinhos
Três patetas perdidos em um ninho
Rabisco e as letras
Me levam a caminhos que nunca passeei

O mar, o lar, o ar
Essas essencialidades imperceptíveis, imprescindíveis.
Versos, lasanhas, chocolate de amargar.
Trivialidades difíceis de se juntar
Junto e faço delas o meu arsenal
Meu punhado de existência,
Meu samba, meu verso,
Meu eu, meu seu.
Meus nós...

Esse meu, que é tão seu quanto nosso.
Nos fala, nos diz a que veio e tão logo se vai.
E nesse curto momento que revisito fotos antigas.
Percebo que tempos bons não voltam mais,
Roubando nossa fé e a velha paz.

Enfim me debruço emudecido
E ouço o som,
Ele me basta...
Nos basta. Basta de clamares, o tempo não volta.
Voltemos ao princípio para ver como tudo terminou.


Charles Marques; Leonardo Figueiredo; Pablo Vieira

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Brincando de Pasquale

Eu sei, ainda não sou imortal da Academia Brasileira de Letras, mas agora já sou pós graduando em Direito Constitucional e me sinto no direito de fazer um neologismo  - ia até falar "criar um neologismo", mas ouvi falar que era redundância - aqui pra vocês. Esse parágrafo saiu meio pretensioso, não?


Ok? Estão prontos?

PROVERIZAR

Sim, PRO-VE-RI-ZAR.

Vejam bem: não é pulverizar - borrifar inseticidas.

Proverizar é algo como prover, promover, agilizar algo.

Aprenderam? Utilizemos, pois.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Ei-lo novamente a fumar zombeteiro, como se o fumo encerrasse todo o cinismo. Tento aproximar-me, atingi-lo com meus pulmões, como se a assepsia fosse tal como um câncer em sua consciência. Ledo engano o meu... 

São meus pulmões que enegrecem, degeneram-se tal como esponjas mofadas. A nublada figura ri de soslaio, sabe que me prende, sabe que me tem. Olho-o nos olhos e lambo suas retinas, tento roubar-lhe a postura e a frieza de pilar. Sou da figura o sustento, suas pernas de granito, eu sei. 

- texto não findo - como tantos...

J. Nagao

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Oh!

Admiro quem, por curiosidade ou tédio, da centopéia contou as pernas.

J. Nagao

Mais uma manhã

Vejo a sombra do ônibus se projetando nas ruas por onde passa. A calçada boceja um bueiro escancarado, eu bocejo tapando a boca com a mão. Subo a ladeira dos gatos pretos olhando as nuvens e seus formatos, ouvindo o alheamento do fone de ouvido. O sol é morno, o vento é fresco e eu canto...

J. Nagao

O gato

Da sombra da parede surge um gato.
Ele caminha retilíneo pelos degraus de luz e sua ausência.
Alça-se, unhas e mistério, ao patamar obliquo de meus pensamentos.
Em meus olhos suas pupilas se dilatam, engolindo a realidade.
Vês como a cauda é tal como pêndulo de relógio?
O gato agora é o espaço, estende-se sobre tudo no alongar de seu corpo.
O universo agora é de veludo negro...

J. Nagao

Vi(r)ver

A poesia retorna, Ela nunca se vai, Nossa alma que se esvai A vida escorre pelos dedos Enquanto te/me perco. Viver cansa Te ver dói D...