terça-feira, 7 de abril de 2009

Por Quê?


Há poucos dias um amigo me pediu para escrever em seu blog, que por acaso seria este. Acanhadamente aceitei o seu convite e comecei a me preocupar em qual seria o tema que eu trataria nas minhas linhas de pensamento. A princípio pensei em escrever algo sobre minha pesquisa acadêmica, mas depois de terminado o texto achei que não seria algo agradável de se ler em um blog. Então resolvi dissertar sobre algo agradabilíssimo, e por outro lado complicado de ser discutido.

Em um país com tamanha diversidade étnica, como seria possível haver tanto preconceito e descriminação racial e o pior, cultural? Ou seria por esse mesmo motivo que exista tal descriminação? Não falo apenas do preconceito “branco X negro”, que por si só é de grande desgosto, tendo em vista que essas etnias fizeram parte da formação desde Estado Nacional, mas o que particularmente me deixa mais revoltado, é a intolerância cultural, especialmente ao que se trata de religião.

Tenho certeza que todos os que se dispuseram a ler este texto já ouviram a máxima “o seu direito acaba quando inicia o do próximo”, será que já nos esquecemos disso, ou nunca foi realmente compreendido? Eu particularmente demorei a entender, mas o fiz. Quem nunca passou em um a praça pública ou parada de ônibus e se deparou com a desagradável presença de um indivíduo, normalmente do sexo masculino, muito bem trajado de terno e gravata, gritando a plenos pulmões trechos retirados dos Livros Sagrados? Será que somos realmente obrigados a passar por isso?

Semana passada tive a oportunidade de assistir a um documentário intitulado “O Rebeliado”. Esse filme trata de uma pequena biografia de um ex travesti que se converteu à religião evangélica e tornara-se pastor, montando assim sua própria igreja com o intuito de converter homossexuais, prostitutas e marginais à religião. Naturalmente a história da vida do protagonista é muito interessante, mas o que mais me chamou atenção é a quantidade de preconceito que ele transparece para a platéia, não somente contra os homossexuais, mas contra as religiões afro-brasileiras.

Quero deixar claro que não estou aqui com finalidade de fazer apologia a nem uma crença, pelo contrário, sou fiel defensor da idéia de que cada um tem o direito à liberdade de culto e que defenda suas perspectivas, mas não estariam abusando dessa liberdade? Qual a finalidade de forçar uma pessoa a acreditar no que você acredita? Porque punir ou castigar o próximo apenas com a justificativa de não seguir suas ideologias? Claro que esse problema é secular. Foi vivenciado pelos romanos de Constantino, pelos europeus medievais, indígenas americanos (sul-americanos e meso-ameríndios), e vivenciamos hoje, de forma sutil, mas igualmente ofensiva e criminosa.

Que orgulho tem um ser em vestir-se de armamentos e arrancar a vida de transeuntes inocentes por acreditar que sua iniciativa salvará as almas de um dito inferno. O que é o inferno? Quando será que o homem aprenderá a, de fato, respeitar o que é diferente? Ou será natural do homem ser intolerante?

Texto: Ordep The One

Imagem: www.oventilador.org


4 comentários:

  1. Nós, humanos, sempre procuramos uma explicação para nossas vidas e a achamos em várias ocasiões.
    Nossa fé nos faz pensar de uma forma muito parcial, acabamos cegados por ela e fazemos besteira por conta disso.
    Sempre iremos ter uma uma pequena aversão pelo diferente, a discriminação racial só vai acabar quando todos abrirem os olhos e perceberem que, na verdade, somos iguais.

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  2. O Agente Smith está certo!

    Alias, tenho pensado em criar uma seita no qual o Agente Smith seria o profeta!

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  3. Quando tu começastes a escrever este post, pensei: "bah, mais um chato que escreve da mesma forma que os outros". Quase como: "era uma vez..". Fostes infeliz com o começo, sinto te dizer. Claro, esta é a Minha opinião. Isto não transgride nenhuma forma de liberdade de expressão, certo? Porque afinal, se tu se sentires agredido, não estarei extrapolando teus limites? Tudo depende do ponto de vista. Isso vale pra tudo, baby.

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  4. Nunca achei que tu terias uma visão tão simples de algo tão complexo para mim. Tu pegastes a parte mais sem importância do texto e a colocaste no pódio. Subestimei-te desta vez.


    Quando tu vais colocar palavras tuas aqui de novo?

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